Tv mais

2002-02-12, TVMAIS
O ar duro e decidido que conhecemos das passerelles contrasta com os jeitos de menina quando fala sobre si própria. Sofia Aparício diz-se decidida a ser actriz, mas não se imagina a pôr fim à sua carreira de manequim. Já experimentou os palcos, fez vários trabalhos em televisão, mas ainda não se considera actriz e, para ela, a melhor escola de representação é trabalhar com actores talentosos. Recentemente foi uma enfermeira chantagista e atormentada por um passado obscuro (Fúria de Viver) e lésbica (Um Estranho em Casa).
TV+: Teve uma participação especial agora na novela da SIC, “Fúria de Viver”, com uma personagem complicada. Que tal foi viver na pele da Cristina?
Sofia Aparício: Foi muito bom, gostei desta personagem. Quando me convidaram para um papel nesta novela, receei que fosse uma vez mais a bonitinha e certinha, mas não, pelo contrário, a Cristina é uma personagem conturbada, que acaba mal.
TV+: Em que é que essa personagem se mostrou diferente das que tem feito?
Sofia Aparício: É uma mulher com uma vida complicada, mas não é uma pessoa má, e vestir-lhe a pele implicou gravar muitas cenas violentas, coisa que nunca tinha feito. Felizmente, contracenei com óptimos actores e, em certas cenas, eu limitava-me a responder à violência, eles é que faziam tudo. O Bruno Bravo, por exemplo, que é um belíssimo actor partilhou comigo algumas dessas cenas.
TV+: Incomoda-a a violência?
Sofia Aparício: É emocionalmente desgastante para mim. Como não sou actriz, a única maneira que tenho de tornar as minhas personagens convincentes é interiorizar tudo e fazer meu aquilo que é das personagens. Isso custa, peincipalmente se temos uma pistola apontada à cabeça! Foi o que aconteceu numa das cenas da novela. Isso incomodou-me, mesmo sabendo que estava vazia, claro. Nessa noite, confesso, quando cheguei a casa deitei-me na cama com o endredão até à cabeça.
TV+: O que pensa das críticas de alguns actores à escolha de manequins para papéis que deveriam ser entregues a profissionais?
Sofia Aparício: Pessoalmente, nunca me senti discriminada por ser manequim. Talvez sinta que as pessoas têm, à partida, uma ideia feita da Sofia Aparício, por ser conhecida, mas isso passa quando percebem que não sou arrogante. Pelo contrário, quando sou escolhida para um trabalho destes, sou humilde pois sei qual é o meu lugar...
TV+: E como foi trabalhar nesta novela?
Sofia Aparício: Tive imensa sorte em participar na “Fúria de Viver”. São todos muito bons e contracenar com bons actores é para mim, que estou no princípio da carreira, meio caminho andado. É uma escola
TV+: Considera-se uma pessoa sortuda?
Sofia Aparício: Digamos que a sorte faz-se... no meu caso, posso dizer que além de fazer por isso, tenho tido muita sorte ao longo da vida! E estou a contar com ela para esta nova etapa da minha vida.
TV+: Já teve convites nesse sentido?
Sofia Aparício: Houve a hipótese de concretizar um projecto de teatro, mas penso que isso está adiado. De resto, ainda não tive convites, mas acredito na minha sorte.
PAULA BARROSO

Comentários

Popular Posts