O Caracal

2003 - "O Caracal", Artistas Unidos

Uma mulher fala ao telefone. Sozinha. Em casa. Compulsivamente, constrói à volta do seu deserto de solidão uma teia de relações: a sua amiga médium que a convida para passar a passagem do ano em casa dela; a irmã que quer passar a passagem do ano em sua casa com o amante, o amigo cabeleireiro, um desconhecido, o ex-namorado, até a própria mãe que já morreu... esta intricada rede de ligações mascara o desespero da espera. Ela espera pela tal chamada. Pela tal pessoa. Por quem se apaixonou há um ano. Mas nesse desespero esta mulher irá encontrar uma esperança. Ela quebrará com o seu passado, com o caracal (o estranho animal doméstico que partilha com o ex-namorado), e sentar-se-á esperançosa na sua espera, no sofá, a ouvir o telefone tocar. Será a tal chamada?

"Tens mesmo tempo? É uma história comprida. Apaixonada pela primeira vez, há um ano. Casado claro. Casamento falhado etc. Ficou louco por mim, imediatamente, quer divorciar-se, promete, suplica, etc. Eu digo: não, nada disso, se daqui a um ano estiveres divorciado, telefona-me, entretanto nada de contactos. Nada de nos vermos, nada de telefonemas, nada de cartas. Isto foi há um ano e por isso agora passo a vida colada ao telefone."
Judith Herzberg, O CARACAL (1987)

Sofia Aparício pisa o palco do Teatro Taborda, em Lisboa para vestir a pele de uma mulher sozinha em que espera por uma chamada telefónica que tarda em chegar. Na sua solidão constrói uma teia de reações para esquecer o que realmente a preocupa. Uma pessoa por quem se apaixonou no ano anterior ficou de lhe ligar caso se divorciasse. O telefone toca. Será ele? Em cena de De 11 de Dezembro de 2003 a 17 de Janeiro de 2004...“O Caracal”, (monólogo) Peça encenada por Alberto Seixas Santos para os Artistas Unidos, Teatro Taborda.

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